Para entender melhor, precisamos antes contar uma historinha sobre a internet. Vem com a gente.

Um bebezinho chamado internet

A internet foi criada em 1973 e lançada em 1983. Naquela época, seus criadores acharam que seria apenas um experimento. Na ocasião, eles criaram endereços de protocolos de internet, nos mesmos moldes dos números de telefone. Desta forma, cada dispositivo conectado à internet teria um endereço.

IPv4

O modelo de endereço de protocolo lançado na década de 1980 foi o IPv4. Este modelo disponibilizou 4,3 bilhões de endereços de IP (Internet Protocol) para todos nós no mundo. Na época, parecia que ia durar pra sempre.

Acontece que a internet não foi somente um experimento. Ela cresceu e cresceu e cresceu. O número de dispositivos conectados à ela aumentou muito. Hoje, além dos computadores, temos celulares, tablets, televisões, videogames, máquinas de lavar roupas, relógios, geladeiras e muito mais, todos conectados.

Hoje, estima-se que o número de dispositivos conectados à internet seja de 5,5 bilhões. Isso significa que os 4,3 bilhões de endereços de protocolo IPv4 acabaram. E agora?

IPv6

Isso já começou a ser uma preocupação do mundo da tecnologia em 1996, quando foi criado o protocolo IPv6. Esse modelo disponibiliza 340 undecilhões de endereços ou

340,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000

Cada um desses endereços já está sendo usado para conectar dispositivos à internet. Serão esses endereços que possibilitarão o surgimento efetivo da Internet das Coisas.

Este vídeo do NIC.Br explica de maneira bastante didática o que é o IPv6:

https://youtu.be/_JbLr_C-HLk

Mas e o CGNAT? Ainda não entendi.

Para começarmos a usar o IPv6, é preciso que os dispositivos – computadores, celulares, televisões etc – estejam aptos a usar o novo modelo de protocolo. Não só isso, os sites também precisam ser desenvolvidos de maneira que ‘rodem’ com IPv6.

Essa transição de IPv4 para IPv6 está sendo universal. Nesse link do Google, você consegue acompanhar a evolução do IPv6.

Todos os fabricantes de dispositivos, todas as operadoras de internet, toda a comunidade ligada à tecnologia está migrando de um para o outro. No entanto, como o vídeo acima disse, essa migração é como um transplante de coração.

O sangue do paciente é desviado temporariamente para uma máquina, que faz as funções de coração e pulmão. Isso pode ser usado durante o transplante, mas o paciente não pode ficar muito tempo ligado a essa máquina. Ele precisa receber logo o novo coração, que neste caso seria o IPv6.

O compartilhamento de endereços IPv4 – feito por meio, por exemplo, do CGNAT – é o equivalente à máquina que simula o coração e o pulmão do paciente, ou seja, ela o mantém vivo durante o transplante.

Desta forma, o CGNAT tem sido usado por diversas operadoras para prover IPv4 compartilhado entre diversos usuários. Isso está sendo feito até que todos os dispositivos estejam preparados para receber o IPv6.

O que é CGNAT

O Carrier Grade NAT (CGN) ou Large Scale NAT (LSN) é um tradutor de endereço de internet. Com o fim de endereços IPv4, as operadoras perderam a capacidade de fornecer um IP público e dinâmico exclusivo para cada dispositivo. Já que nem todos os dispositivos estão preparados para o IPv6, o que fazer? Compartilhar um IP público e dinâmico com mais de um usuário, para poder suprir a demanda. Isso é o CGNAT.

Mas estou seguro?

Isso é pior? Estou inseguro compartilhando um IP público?

Não. Apesar de vários usuários compartilharem o mesmo IP público, é possível manter a privacidade e, ainda, identificar possíveis crimes virtuais por meio do próprio IP, dos dias e horários em que o crime foi praticado e por meio das portas usadas pelo usuário.

Fonte: COPEL TELECOM.